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O Farol das Orcas e o autismo

May 12 2019


O Farol das Orcas e o autismo

É fantástico ver como é tratado o autismo no filme O farol das orcas, sempre se preocupando em deixar claro que o autismo não é uma doença, mas sim uma característica neurológica da pessoa. Esta característica é um dos motivos que os pais (homens) abandonam o filho autista com a mãe, pois não aguentam a responsabilidade. Percebe-se que este ato de negligencia é algo mundial, pois este foi o motivo que a mãe do Tristão (menino autista do filme) foi sozinha à Patagônia.

Cena do filme O farol das orcas

A história do filme se baseia em um acontecimento na vida do Roberto Bubas que foi Guardafauna da Península Valdés, no estado da Patagônia.

O filme levou em consideração três itens: 1. A comunicação entre Roberto Budas e as orcas; 2. História do ocorrido com Augustín (menino autista na vida real); 3. Transtorno do Espectro Autista.

Roberto Bubas depois de ter vivenciado com Agustín escreveu um livro Agustín coração aberto que se inspirou no menino para contar um pouco de sua história com ele e as orcas. Por fim, este foi o livro que ajudou o diretor Gerardo Olivares a produzir a produzir o roteiro do filme O farol das orcas.

TRAILER
Lembre-se de ativar a legenda do Youtube
FICHA TÉCNICA

Título original: El faro de las orcas
Ano: 2015
Produção: ProduçãoHistorias Cinematograficas Cinemania, ProduçãoPampa Films, ProduçãoTelevision Espanola (TVE).
Direção: Gerardo Olivares
Elenco: Maribel Verdú, Joaquín Furriel, Joaquín Rapalini, Ana Celentano, Ciro Miró, Osvaldo Santoro.
Gênero: Drama
Nacionalidade: Espanha e Argentina.

Cenas do filme O farol das orcas
BASEADO EM FATOS REAIS
ROBERTO BUBAS

Roberto nasceu em uma pequena cidade da Patagônia perto das cordilheiras, em uma fazenda que domesticava cavalos. Este pode ser um dos motivos que desde criança tinha uma ligação muito forte com o meio ambiente. Ao completar 20 anos de idade foi para universidade estudar biologia marinha, porém não se adaptou com o meio acadêmico por pensar que teria mais contato com a natureza, mas foi exatamente o contrario que aconteceu na universidade.

Com isso aos 21 anos de idade já estava trabalhando como Guardafauna da Península Valdés (considerado um santuário para a fauna da Patagônia). Foi então que começou a trabalhar com as orcas, sendo que desde criança era fascinado por elas devida a sua inteligência e seus padrões de pigmentação.

Após alguns dias convivendo com elas, ele se encantou com a estrutura social que possuíam. Esta foi a alavanca para começar a pesquisar e estudar mais sobre o animal. Sendo que Roberto foi um dos responsáveis por se saber tanto sobre as baleias assassinas, pois como ele conseguia se aproximar delas, era possível observar melhor as características físicas e os seus padrões de comportamento.

Roberto Bubas interagindo com as orcas

Um dos motivos que levou Roberto a se aproximar tanto das orcas, foi que ele precisava catalogar e identificar cada uma delas para então fazer os registros de comportamentos. Porém naquela época não existia ainda binóculos ou câmeras, apenas bloco de notas e caneta.

O trabalho na reserva era basicamente fazer o monitoramento contínuo de animais já conhecidos. Até que um dia uma orca veio até a margem do mar e deixou na praia um monte de algas marinhas. Roberto interpretou esse comportamento como um sinal de brincadeira, ele pegou as algas marinhas e jogou novamente na água, a orca segue o mesmo padrão pegando a alga e trazendo novamente para ele. Essa brincadeira se repetiu por mais algumas horas e no próximo dia a orca estava novamente no mesmo lugar esperando ele para brincar. Depois de alguns dias já existia uma ligação de confiança entre os dois.

A comunicação entre o Roberto e as orcas foi tão emocionante que foi assunto de um documentário do Animal Planet, o qual foi divulgado em diversos países. Onde na Espanha um menino autista de nove anos assistiu e reagiu pela primeira vez após ver como o Roberto brincava com as orcas.

Confira no vídeo abaixo uma parte do documentário que motivou a mãe do menino autista ir para a Patagônia.

Documentário que motivou a mãe de Agustín ir para a Patagônia
AUTISMO

O autismo é um transtorno neurológico que prejudica a forma com que a pessoa se comunica e interage com as outras. Porém, há vários níveis em que os sintomas podem afetar o comportamento de um autista, estes são considerados de espectro leve, moderado ou severo.

Sendo que os principais sintomas são a dificuldade na interação social como contato visual, expressão facial, gestos e em expressar as emoções.

A pessoa que possui o espectro de autismo leve consegue ter uma relação social com mais facilidade do que os dos espectros severos, mas estes podem ser considerados como gênios por causa da sua alta capacidade de concentração. Existe alguns sintomas clássicos que é possível, com facilidade, perceber se a pessoa possui ou não o espectro. Estes são:

· Pouco ou nenhum contato visual;
· Aparente insensibilidade à dor;
· Rotação de objetos;
· Insistência em repetição, resistência em mudança de rotina;
· Não tem real medo do perigo;
· Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);
· Age como se estivesse surdo;
· Dificuldade em expressar necessidades (usa gesticular e apontar no lugar de palavras).
AGUSTÍN - O MENINO AUTISTA
Roberto Bubas e Agustín

Agustín é um autista que desde criança se interessa por orcas, conforme os anos foram se passando mais obsessivos ele ficou pelo o animal. Seus pais até tentaram levar ele ao um aquário para poder ver as orcas mais de perto, porém ele não gostou, talvez, pelo fato de não concordar que o animal estivesse preso de vez livre na natureza.

Até que um dia, enquanto assistiu o documentário do Animal Planet sobre a comunicação entre as orcas e o Roberto Bubas, que mostrava Roberto nadando, brincando e tocando nelas. A partir dessa imagem que ele fez o seu primeiro sinal de comunicação.

Foi então que sua mãe viajou até a Argentina para levar o seu filho para conhecer as orcas, e ajudar Agustín a conseguir melhoras no seu tratamento (lembrando que o autismo não é uma doença e sim uma característica neurológica da pessoa - não existe cura para o autismo).

Depois de um tempo convivendo juntos na Patagônia. Agustín e Roberto criaram um vínculo muito forte entre eles. Sendo o motivo que Roberto Bubas escreveu o livro que conta um pouco sobre a experiência de Agustín com as orcas. E mais tarde este livrou serviu como base para o roteiro do filme O farol das orcas.

Foto com o elenco do filme O farol das orcas
Uma curiosidade sobre o ator que representava Agustín. Ele não possui autismo, porém representou tão bem que se tornou mais um dos motivos para assistir ao filme.

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